Entre os dias 23 e 28 de julho estiveram na região a pesquisadora Daniele Brandt, mestre da USP e o Dr. prof. Xixi Zhao, da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, EUA, que juntamente com a Dr. Marcia Ernesto, (que não pode estar presente) da USP, desenvolvem um projeto relacionado ao estudo das variações do campo magnético da Terra no decorrer do Tempo (Paleomagnetismo), e cujo os dados são coletados em rochas que contenham minerais suscetíveis ao magnetismo, onde o posicionamento destas rochas dentro de uma seqüência evolutiva regional é fundamental para validação dos resultados.

Como o Cenpáleo vem ao longo dos últimos anos desenvolvendo várias pesquisas de reconhecimento nacional nas áreas da Paleontologia e Estratigrafia, foi solicitado para contribuir nos trabalhos de campo e com informações e dados da região.

Além do prof. Dr. Luiz C. Weinschütz, coordenador do Cenpáleo, participaram das atividades o mestrando Everton Wilner (UFRGS/UnC) e os acadêmicos do curso de Ciências Biológicas do campus de Mafra, Willian D. dos Santos  e João Z. Ricetti.

Os trabalhos foram realizados com amostras do acervo do Cenpáleo/UnC, e com amostras coletadas em campo (pedreiras) nas cidades de Mafra, Rio Negro, Campo do Tenente e da Lapa.

Segundo o prof. Luiz o entendimento das variações do campo magnético terrestre é muito importante, pois ele afeta a vida diretamente. O magnetismo flui assim como a eletricidade e é gerado no núcleo terrestre, onde emerge perto do pólo Sul, circunda o planeta e flui de volta para dentro do planeta através do pólo norte magnético, e assim constantemente. Ele varia com o tempo, por exemplo, as rochas da região de Mafra têm idade em torno de 300 milhões de anos, e nesse tempo o pólo Norte magnético estava situado praticamente onde hoje é o pólo Sul.

O campo magnético age como um escudo protetor. Ele protege a Terra, de várias radiações nocivas produzidas pela explosão de estrelas longínquas ou pelo colapso de buracos negros. O Sol também emite uma quantidade gigantesca de partículas eletricamente carregadas em nossa direção, mas o magnetismo as desvia protegendo a superfície do planeta, principalmente quando ocorrem as explosões na superfície do Sol. Sem o Campo magnético é provável que a vida não tivesse condições de ter surgido em nosso planeta.