PTEROSSAUROS NO DESERTO
Trata-se de uma nova espécie fóssil de réptil voador (pterossauro) encontrado no Município de Cruzeiro do Oeste, noroeste do Estado do Paraná, sendo também o primeiro registro de pterossauros encontrados na Bacia Sedimentar do Paraná/Bacia Bauru, e uma das raras ocorrências mundiais de pterossauros no interior de continentes, no Brasil eram até então conhecidas somente para a Chapada do Araripe, no nordeste brasileiro.
Esses fósseis foram descobertos em 1971 por dois homens do campo, Alexandre Gustavo Dobruski e seu filho, João Gustavo Dobruski, ao escavarem valetas para escoamento das águas em uma estrada rural. Em 1975, sabedores de que se tratavam de fósseis, e percebendo sua importância para a ciência, enviaram amostras para análise. Somente em 2011, com os trabalhos de pesquisa para a elaboração do livro Museus & Fósseis da Região Sul do Brasil, esse material foi redescoberto em Ponta Grossa, PR e identificado como pterossauro pelo pesquisador Paulo César Manzig, a partir daí, desenrolou-se uma das mais belas histórias da paleontologia brasileira. Para Paulo, “o acontecimento que trouxe estes fósseis a luz da ciência é resultado direto da divulgação científica da paleontologia no Brasil”.
Os pesquisadores do CENPALEO-UnC, Paulo César Manzig e Luiz Carlos Weinschütz, autores do livro Museus e Fósseis da Região Sul do Brasil, iniciaram os preparativos para a pesquisa já em 2011, com a descrição do perfil estratigráfico do local do sítio fossilífero. A Universidade do Contestado respondeu prontamente a essa nova situação, realizando convênios com a Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Oeste e Museu Nacional – UFRJ no Rio de Janeiro para o imediato desenvolvimento da pesquisa, assumindo a coordenação da mesma através do seu centro paleontológico: CENPALEO, e em julho de 2012, após elaboração de um plano de ação iniciaram-seas escavações. No total,mais de 5 toneladas de blocos de rochas foram coletadosem 4 campanhas de campo com duração média de 10 dias cada.
Os fósseis ocorrem no leito de uma antiga estrada do interior na Cidade de Cruzeiro do Oeste e nos barrancos laterais a esta, em uma área de aproximadamente 400m², onde apenas 20m² foram até então escavados. Os fósseis estão inseridos em camadas de arenito com aproximadamente 1,5m de espessura, que representa parte de um antigo deserto que cobria boa parte da região sul e sudeste entre 87 a 75 milhões de anos, num período denominado Cretáceo. Para o Pesquisador e coordenador destas pesquisas, o geólogo Dr. Luiz Carlos Weinschütz, “estes animais habitavam raras regiões úmidas entre dunas, como oásis, onde viviam e morriam no seu entorno.Esporadicamente chuvas tempestuosas assolavam o local e carreavam ossos e sedimentos para o fundo destes lagos de forma caótica, contribuindo para a desarticulação dos esqueletos, o que torna o trabalhodecoleta e identificação um imenso quebra-cabeça”.
A excepcional qualidade e a grande quantidade de fósseis encontrados apontam para a existência de uma comunidade de pterossauros, fato até então nunca antes claramente denotado em outro sítio fossilífero do planeta. Os estudos foram baseados em ossos pertencentes a aproximadamente 50 indivíduos, que representam desde animais juvenis até adultos, num raro caso de evidenciação ontogenética da espécie (fases de crescimento). Segundo o pesquisador Dr. Alexander Kellner do Museu Nacional, “o tamanho desta nova espécie de réptil voador variava de 0,65 a 2,35 metros de envergadura alar, tinham hábitos gregários, eram desprovidos de dentes e possuíam um bico voltado para baixo com cristas, tanto na arcada superior como inferior, típico do grupo Tapejaridae, e possivelmente eram frugívoros”. Barrancos laterais a esta, em uma área de aproximadamente 400m², onde apenas 20m² foram até então escavados. Os fósseis estão inseridos em camadas de arenito com aproximadamente 1,5m de espessura, que representa parte de um antigo deserto que cobria boa parte da região sul e sudeste entre 87 a 75 milhões de anos, num período denominado Cretáceo. Para o Pesquisador e coordenador destas pesquisas, o geólogo Dr. Luiz Carlos Weinschütz, “estes animais habitavam raras regiões úmidas entre dunas, como oásis, onde viviam e morriam no seu entorno. Esporadicamente chuvas tempestuosas assolavam o local e carreavam ossos e sedimentos para o fundo destes lagos de forma caótica, contribuindo para a desarticulação dos esqueletos, o que torna o trabalho de coleta e identificação um imenso quebra-cabeça”.
Em 13/08/14 foi publicada pela revista PLOS ONE uma descrição desta nova espécie de pterossauro que recebeu o nome de Caiuajaradobruskii, em homenagem a seus descobridores (Alexandre Gustavo Dobruski e João Gustavo Dobruski), e também faz referência a um antigo morador do Deserto Caiuá.
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