Equipe do Cenpáleo da universidade do contestado realiza expedição internacional para coleta de peças para o museu da terra e da vida
Entre os dias 08 e 27 de Janeiro, uma equipe formada por seis integrantes de diversas áreas do conhecimento (geólogos, biólogo, técnico em paleontologia e engenheiro civil) realizaram uma expedição de caráter científico, intitulada “EXPEDIÇÃO PEREGRINOR UT ADDISCERE”, que teve por significado a realização de uma jornada para acrescentar, no caso, adicionar conhecimento, experiência e realizações. O roteiro realizado pela equipe teve um percurso aproximado de 8.600km, com eixo preferencial “leste-oeste”, passando pelos estados da região sul do Brasil, e regiões centro-norte da Argentina e Chile.
Roteiro Básico:
O grupo definido foi propositalmente eclético principalmente nos objetivos de cada um, no que se refere à busca científica, onde foi permeado desde a compreensão da evolução geológica incluindo os aspectos paleontológicos, passando pela observação da biodiversidade de nosso continente, até a caracterização cultural e histórica.
Para Luiz C. Weinschütz, coordenador do Centro Paleontológico do Campus Universitário de Mafra, com a realização de grande parte dos diferentes objetivos definidos, o grupo compreendeu a beleza, importância e magnitude deste projeto. Muitos trabalhos, desde relatórios a publicações de caráter científico, bem como palestras e exposições levarão parte deste conhecimento global adquirido a um número imensurável de pessoas. “Esta é a missão do grupo agora, buscar recursos principalmente na iniciativa privada para realizarmos uma exposição itinerante de fotografias e peças, e se possível recursos para elaboração de um livro sobre a expedição”.
Através da expedição o acervo do Museu da Terra e da Vida/Cenpáleo, será em muito enriquecido, pois diversas peças foram coletadas referentes a geologia, paleontologia e biologia dos Andes, e em breve serão preparadas e expostas no Museu.
A presença de dois geólogos especialistas em fotografias de paisagem garantiu para a expedição a confecção de um acervo de imagens riquíssimo, filmes explicativos também foram tomados durante a expedição e que poderão ser editados na forma de documentário.
A expedição serviu também para a observação e levantamento da forma de curadoria (exibição, armazenagem e cuidados com o acervo) de vários museus nas áreas da geologia, paleontologia e arqueologia, onde algumas idéias observadas poderão em breve serem aplicadas no Museu da Terra e da Vida.
Dentre os locais visitados pode-se destacar:
Região de Purmamarca: Situada na pré-Cordilheira Argentina, visitamos as Ruínas de Pukara, que são vestígios dos povos andinos que ali viveram a mais de 900 anos.
Vilarejo de Purmamarca, situado a altitude de 2.500m apresenta forte influência pré hispânica. Esta vila foi utilizada para aclimatização para a subida dos Andes.
Cerro de las sete colores (los colorados), monumento geológico único, onde as montanhas exibem uma grande variação de cores devido a diferença das rochas sobrepostas.
Região do Atacama: Trata-se do deserto mais seco do planeta, nele a equipe registrou em certos pontos umidade relativa do ar próxima a 3%, a altitude variava de 4.800m a 2.800m., a equipe tomou como base o vilarejo de São Pedro do Atacama, com uma população fixa de 1.800 pessoas, e mais de 3.000 visitantes.
Salares: São lagos formados durante a formação dos Andes, que devido a evaporação constante concentrou sais a ponto de ser possível caminhar sobre um “assoalho” de puro sal.
Vulcão Lascar: Com 5.450m de altitude foi com certeza o maior desafio para a equipe, apenas três membros conseguiram chegar a cratera do vulcão, que apresenta-se ativo, mas não em atividade explosiva, onde pudemos observar a exalação de gases sulfurosos e fazer a coleta de muitas amostras de rochas na “boca” do vulcão.
Gêiseres de El Tatio: Situado ao norte de São Pedro do Atacama, a mais de 4.500m de altitude, trata-se de uma região com intensa atividade hidrogeotermal, com seu ápice todos os dias as 5:30 da manhã, onde vivenciamos temperaturas de -6°C, e ao meio dia temperaturas por volta de 40°C.
Região do Pacífico e Santiago: Pode-se observar o belo litoral Chileno, com suas praias predominantemente rochosas, ricas em vida marinha, e suas águas geladas. Conhecemos também Santiago, situada no vale central da cordilheira, com seus quase 5 milhões de habitantes e museus fantásticos.
Praia de La Portada: Exuberante feição de erosão marinha sobre falésias areno-calcáreas na região de Antofagasta. Nas proximidades deste parque coletamos coquinas (concentração natural de conchas) com mais de 1 milhão de anos, situadas a aproximadamente 50 metros de altitude, e que representam antigas praias, e que hoje estão elevadas devido a própria elevação dos Andes pelos movimentos tectônicos.
Granito Orbicular: Rocha de raríssima ocorrência, considerada patrimônio Natural da Humanidade, trata-se de um granito com cristalização de minerais máficos em formato de “bolas”, com área de afloramento inferior a 200m².
Museo Chileno de Arte Pré-colombina É o museu histórico mais bem estruturado de Santiago. Montado em um edifício de 1805, reúne mais de 2.000 peças do período Pré-Colombiano. As mais antigas foram confeccionadas 4.500 anos antes da chegada dos espanhóis ao continente.
Região de San Juan: Parte noroeste da Argentina, nela encontra-se o Parque de Provincial de Ischigualasto. onde afloram rochas do período Triássico, com abundante ocorrência de fósseis, onde são encontrados principalmente exemplares dos primeiros dinossauros que habitaram o planeta.
A expedição foi organizada pela equipe do Centro de Paleontologia da Universidade do Contestado, teve o apoio (empréstimo de veículo) das Lojas Kinder e a participação dos seguintes membros: Luiz Carlos Weinschütz – Geólogo, Paulo Cezar Mansig – Geólogo e Fotógrafo, Antônio Liccardo – Geólogo e Fotógrafo, Everton Wilner – Biólogo, Diego Sonáglio – Engenheiro Civil e Vilson Greinert – Administrador e técnico em Paleontologia.
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